ANAIS
DO II SEMINÁRIO DE METODOLOGIAS
PARTICIPATIVAS: PERSPECTIVAS E DESAFIOS DA PESQUISA-AÇÃO E EXTENSÃO EM
COMUNIDADES. 2016
EIXO 1 - METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS EM COMUNIDADES
1 - A CRISE DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA NO BRASIL E A
NECESSIDADE DE APLICAÇÃO DOS MÉTODOS PARTICIPATIVOS DEMOCRÁTICOS
José Claudio Rocha
O presente
artigo tem por objetivo analisar a democracia representativa no Brasil a partir
da ideia de representação política tanto no seu caráter formal - os poderes dos
representantes - quanto no seu caráter material, o conteúdo da representação.
Bem como pretende demonstrar a crise da democracia representativa, propondo
como solução o fortalecimento e ampliação dos métodos democráticas
participativas, quais sejam o referendo, plebiscito e iniciativa popular.
Analisa a relação existente entre poder que emana do povo e povo representado
pelo poder, assim como a qualidade dessa conexão, sobretudo no que diz respeito
sobre o que é almejado pelo povo e o que é produzido pelo poder legislativo e
executivo. Assim como, pretende explicitar os conceitos de democracia,
democracia participativa, democracia direta, democracia representativa,
representação, demonstrando o alcance desses conceitos na aplicação de uma
democracia efetivamente participativa. Com isso, deseja fortalecer a ideia da
soberania popular, por meio do referendo, plebiscito e iniciativa popular de
lei, como instrumentos hábeis a concretizar a cidadania participativa, que
coloca os cidadãos na condição de protagonistas do seu futuro, em um real
exercício de direitos e deveres, sanando por consequência a crise da democracia
representativa.
2 -A PRÁXIS DO EDUCADOR SOCIAL FRENTE ÀS CRIANÇAS
EM SITUAÇÃO DE RUA
EM SITUAÇÃO DE RUA
Tais
Tâmara
Denise
Abigail Freitas Rocha
O presente artigo buscou
analisar a prática do educador social frente às crianças em situação de rua,
fazendo uma reflexão a respeito das metodologias a serem trabalhadas com essas
crianças, a partir de estudos realizados sobre a situação de abandono em que se
encontram. Para a elaboração desse artigo foram selecionadas obras de autores e
artigos relevantes para o tema. O seu desenvolvimento abarcou análises acerca
dos seguintes aspectos: breve histórico de lutas em favor das crianças no
Brasil até os dias atuais; funções e competências do educador social;
desafios e perspectivas metodológicas da prática social, para uma educação que
promova a conscientização, a reestruturação e a emancipação desses atores
sociais e, por fim, uma (re)significação da proposta pedagógica e da práxis
dialética que inclui os diversos campos do conhecimento, fazendo-os se
perceberem como autor de sua própria história.
PALAVRAS - CHAVE: Educador
Social. Prática Social. Criança. Situação de Rua.
3 - ASSESSORIA JURÍDICA POPULAR E MOVIMENTOS DE LUTA POR
MORADIA: A ATUAÇÃO DO NÚCLEO DE EXTENSÃO DO GRUPO DE PESQUISA DIREITO À CIDADE
JUNTO À ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DA CHÁCARA SANTO ANTÔNIO
Daniela
Souza Rodrigues
Lysie
dos Reis Oliveira
O Grupo de
Pesquisa Direito à Cidade (UNEB) iniciou em 2014 as atividades do Projeto
“Cidade em Movimentos” em parceria com o Centro de Estudos e Ação Social. Os
objetivos foram: assessorar juridicamente, promover a educação popular e
problematizar questões sobre Direito à cidade.Realidades como o déficit
habitacional e a supressão de garantias constitucionais requerem a insurgência
de resistências populares perante aos sistemas opressores. Na presente fase, estão sendo
desenvolvidas atividades de assessoria à Associação de Moradores da Chácara
Santo Antônio (AMACHA), entidade representativa da comunidade que habitava a
encosta do Forte Santo Antônio desde a década 1960. Após a ocorrência de
deslizamentos na encosta, em 2011, e a remoção de suas moradias, cerca de 165
famílias ainda permanecem a mercê do Estado, esperando o reassentamento com
moradias adequadas.Nossas atividades são orientadas conforme a prática
insurgente, em uma perspectiva de mutuo saber popular-científico, que aposta na
metodologia de caráter multidisciplinar, integrando estudantes e profissionais
do Direito, Urbanismo e Comunicação Social.Assim como preconizou Paulo Freire
(2005), confiamos que ao executar uma metodologia de extensão/comunicacional,
propor a interação entre os meios populares é capaz de promover educação,
conscientização e transformação. Para Sampaio Oliveira (2003), a assessoria
jurídica e o fomento da educação popular são caminhos propensos a difundir nos
coletivos assessorados um direito crítico que funcione como paradigma de
libertação social.Contudo, o andamento do Projeto “Cidade em Movimentos”, junto
à AMACHA integra o desempenho da Assessoria Jurídica Popular atrelada à crítica
ao Direito à Cidade, na luta pelo Direito à Moradia travada pelos coletivos no
Centro Histórico de Salvador. O intuito é aproximar a Universidade de ações que
ratifiquem a potência social da organização popular na luta pela moradia e
espaço urbano.
PALAVRAS-CHAVE: Direito à
Cidade, Luta pela Moradia, Assessoria jurídica popular.
REFERÊNCIAS:
REIS, L.; FALCÃO, P. M.. Falhas Sociais sobre uma Falha Geológica: os Redesenhos do Risco na Cidade do Salvador - Bahia (Brasil). In: VI Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos, 2009, Aracaju. Anais do VI Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos, 2009.
REIS, L.; FALCÃO, P. M.. Falhas Sociais sobre uma Falha Geológica: os Redesenhos do Risco na Cidade do Salvador - Bahia (Brasil). In: VI Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos, 2009, Aracaju. Anais do VI Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos, 2009.
_________. Pedagogia do oprimido. 45. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
SAMPAIO OLIVEIRA, Murilo Carvalho.
Serviço de Apoio Jurídico – Saju: a práxis de um Direito Crítico. Monografia –
Curso de Graduação em Direito, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2003.
4 -
DIFICULDADES ENFRENTADAS POR ENFERMEIROS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA
Ana
Kariny da Silva Souza de Almeida
A Portaria 2.488 preconiza a existência, na
Estratégia Saúde da Família (ESF), uma equipe multiprofissional. As atribuições
dos seus integrantes estão definidas nesta Portaria, contudo, o enfermeiro tem
sido submetido a uma sobrecarga de funções. Portanto, mostra-se oportuno trazer
à luz as discussões sobre o trabalho do enfermeiro na ESF, considerando-se a
relevância deste profissional no processo de reorientação da atenção. Objetivo:
Analisar o trabalho do enfermeiro na ESF. Metodologia: Trata-se de uma revisão
sistemática de literatura, de abordagem qualitativa, feita através de busca nas
bases de dados: LILACS, SciELO e MEDLINE. De 203 artigos encontrados,
selecionaram-se 23. Resultados: A sobrecarga de trabalho é evidenciada pelos
enfermeiros em 70% das publicações. Em 22% dos artigos, estes profissionais
mostram-se insatisfeitos com seu salário, e em 57% eles desempenham funções
inerentes a outros trabalhadores. 70% sinalizam que o enfermeiro assume a
coordenação da ESF. A falta de integração da equipe é citada em 66% dos
artigos, dos quais, 48% observam que isto leva o enfermeiro a assumir
excessivas atividades burocráticas. Os enfermeiros relatam baixa cooperação nas
ações realizadas em equipe, em 39% das pesquisas, e 30% destacam a precariedade
nas condições de trabalho e no vínculo deste profissional. 52% das publicações
revelam que a práxis do enfermeiro distancia-se da assistência mais qualificada
ao usuário. Considerações: Devido à desarticulação da equipe, o enfermeiro
desenvolve múltiplas funções e atividades burocráticas, prescindindo, assim, de
uma atenção mais qualificada. A sobreposição de funções do enfermeiro deixa-o
vulnerável a doenças ocupacionais e obstaculiza a adoção de um modelo
humanizado e integral de atenção à saúde. Implicações para a Enfermagem: O
estudo evidencia a necessidade da equipe multiprofissional assumir seu papel
coletivo no âmbito da ESF, a fim de que seja proporcionada, ao enfermeiro, a
condição necessária ao pleno e satisfatório desenvolvimento do seu processo de
trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: Atenção Primária à Saúde;
Equipe Multiprofissional; Trabalho do Enfermeiro
5 - METODOLOGIA PARTICIPATIVA: UM ESTUDO SOBRE CAPTAÇÃO, MANEJO E USO DE ÁGUA DE CHUVA.
Reginaldo
Pereira dos Santos
A água é
vital e no contexto do semiárido brasileiro a captação da água de chuva é
imprescindível, esta na atualidade está se tornando um dos recursos naturais
mais importantes entre todos. “Captação, manejo e uso de água de chuva: convivendo
com a semiaridez na comunidade Poço do Arco, Santa Teresinha-Ba”, é um
estudo/análise sobre o processo e adaptação da população local, sendo que a
pesquisa leva em consideração a convivência no semiárido. Neste aspecto, o foco
é demonstrar a visão de pessoas da comunidade a partir do Projeto Cisternas em
Poço do Arco, zona rural de Santa Teresinha-Ba, caracterizando os tipos de uso
das cisternas a partir da captação e o seu manejo. As cisternas utilizadas na
comunidade é a cisterna de produção e consumo humano, nesse tipo de tecnologia
é armazenada a água para a produtividade e consumo dos moradores da comunidade
local por um determinado período de estiagem. O objetivo foi analisar o impacto
da implantação do projeto das cisternas de produção na vida da população local.
A metodologia utilizada foi através da análise documental, questionários,
entrevistas e o DRP – diagnóstico rápido participativo e pesquisa bibliográfica
acerca do projeto executado. Assim, a pesquisa aponta para a necessidade de políticas
públicas para o semiárido enfatizando estrategicamente o acesso e conservação
da água de chuva para produção de alimentos no âmbito da agricultura camponesa,
com envolvimento dos serviços de assistência técnica e de saúde garantindo a
efetiva formação para os moradores. É demonstrada que a partir das cisternas de
produção, essa tecnologia social elevou a renda e possibilitou o consumo de
produtos alimentícios saudáveis.
PALAVRAS – CHAVE: Políticas
públicas. Cisternas. Cáritas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
.GNADLINGER, J.(2000) Coleta de água de chuva em áreas
rurais. In: Anais eletrônicos do 2º Fórum Mundial da Água, Holanda. Disponível
em:irpaa.org.br/colheita/indexb.htm. Acesso em: Abri. 2016.
SILVA, Nara Lígia Almeida, SANTOS, Delfran Batista dos, KEIN,
Marcio Roberto, AZEVEDO, Delka de Oliveira e MEDEIROS, Salomão de Sousa.
IMPACTOS SÓCIOECONÔMICOS DO PROJETO CISTERNAS II EM COMUNIDADES.
VERDEJO, Miguel Expósito. Diagnóstico rural participativo:
guia prático DRP/ por Miguel Exposito Verdejo, revisão e adequação de Décio
Cotrim e Ladjane Ramos. - Brasília: MDA / Secretaria da Agricultura Familiar,
2006.
6 - TRAJETÓRIA
FORMATIVA EM DEBATE. UMA ANÁLISE EXTENSIONISTA SOBRE A PESQUISA-AÇÃO NO
TRABALHO JUNTO A JOVENS DE UMA COMUNIDADE RURAL
Iraê
Liliana da Silva Consiglio
Neste trabalho, a pesquisa qualitativa e a extensão se
constituem enquanto vias de mão dupla, e as atividades investigativas que foram
desenvolvidas possuem uma estreita ligação com o projeto de extensão intitulado
“Rede de Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semi-Árido: prática
pedagógica do campo”. Adotando como metodologia de estudo a pesquisa-ação
compreendida como uma estratégia que associa pesquisadores e sujeitos de
pesquisa em uma mesma estratégia de ação (THIOLLENT,
2011),
o trabalho investigativo foi construído junto aos jovens estudantes do terceiro
ano, da Escola Família Agrícola da Região de Alagoinhas (EFARA). Em uma
perspectiva de afirmação política e coletiva, a EFARA pauta suas práticas
educativas no vínculo escola/família/comunidade, e adota como princípio
metodológico a Pedagogia da Alternância (PA), buscando lançar mão de
estratégias de ensino que contemplem o saber popular ao saber científico, proposta
que também tem um caráter de superação do conhecimento escolar fragmentado. Com
o objetivo de discutir as experiências vivenciadas através do trabalho de
extensão via projeto junto a EFARA, avaliando suas contribuições no processo
formativo, e como as atividades contribuem para o desenvolvimento do trabalho
junto a comunidade. Os estudos
realizados durante a experiência de extensão apontam que o trabalho junto a
comunidade requer ações que dialoguem e valorizem a vivência dos sujeitos
pertencentes as comunidades a qual os projetos se destinam (FREIRE, 1983), e
que o verdadeiro significado da extensão se traduz enquanto um deslocamento
para o mundo do outro, visto que ao adentrarmos no cotidiano de vida dos
sujeitos, o respeito ao tempo e ao espaço alheio se constitui aspecto próprio
na relação de convivência humana.
PALAVRAS-CHAVE:
Educação do campo; extensão; pesquisa-ação.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 7o ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
Bahia. 2007.
GURGEL, R. M. Extensão Universitária: Comunicação ou domesticação? São Paulo:
Cortez : Autores Associados: Universidade Federal do Ceará, 1986.
THIOLLENT,
Michel. Metodologia da Pesquisa-Ação. São Paulo: Cortez, 2011.
EIXO 2.
METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS EM REDES DE EDUCAÇÃO BÁSICA.
1 – A CRISE DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA NO BRASIL E A
NECESSIDADE DE APLICAÇÃO DOS MÉTODOS PARTICIPATIVOS DEMOCRÁTICOS
Valmir Pereira Braga
O presente artigo tem por
objetivo analisar a democracia representativa no Brasil a partir da ideia de
representação política tanto no seu caráter formal - os poderes dos
representantes - quanto no seu caráter material, o conteúdo da representação.
Bem como pretende demonstrar a crise da democracia representativa, propondo
como solução o fortalecimento e ampliação dos métodos democráticas
participativas, quais sejam o referendo, plebiscito e iniciativa popular.
Analisa a relação existente entre poder que emana do povo e povo representado
pelo poder, assim como a qualidade dessa conexão, sobretudo no que diz respeito
sobre o que é almejado pelo povo e o que é produzido pelo poder legislativo e
executivo. Assim como, pretende explicitar os conceitos de democracia,
democracia participativa, democracia direta, democracia representativa,
representação, demonstrando o alcance desses conceitos na aplicação de uma
democracia efetivamente participativa. Com isso, deseja fortalecer a ideia da
soberania popular, por meio do referendo, plebiscito e iniciativa popular de
lei, como instrumentos hábeis a concretizar a cidadania participativa, que
coloca os cidadãos na condição de protagonistas do seu futuro, em um real
exercício de direitos e deveres, sanando por consequência a crise da democracia
representativa.
2 - A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS TRADICIONAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO NO BRASIL
Maria das Graças Bomfim
Santana
Propõe-se como análise e discussão, a relação das
brincadeiras tradicionais com o avanço da psicomotricidade e tem por objetivo
observar a utilização dos jogos e das brincadeiras, em sala de aula, para
discutir as condições e as possibilidades de aplicação de atividades lúdicas
que provoquem um pleno desenvolvimento das necessidades psicomotoras
exemplificando alguns jogos e brincadeiras e demonstrar como os mesmos
contribuem no processo do desenvolvimento psicomotor infantil. Ela é o
resultado de estudos bibliográficos de autores nacionais e internacionais. Com
esse estudo pôde-se perceber algumas dificuldades enfrentadas no ensino da
educação infantil, como avanço da tecnologia, falta de interesse nas práticas
de brincadeiras tradicionais, entre outros. Além disso, evidenciou-se que as
brincadeiras tradicionais não são trabalhadas intencionalmente nas escolas. Há
uma grande preocupação com a formação da criança. Pais e educadores buscam o
desenvolvimento cognitivo esquecendo-se de que o brincar pode, justamente, ser
uma ferramenta para que a criança desenvolva qualidades. O método abordado foi
a pesquisa exploratória, utilizando técnica de estudos bibliográficos.
Atentou-se em unir esses temas para que trabalhando com prazer, através das
brincadeiras tradicionais, as crianças tenham um pleno desenvolvimento e
resgate a cultura local, pois quando brinca, ela se desenvolve de forma
integrada nos aspectos cognitivos, afetivos, físicos-motores, morais,
linguísticos e sociais.
PALAVRAS-CHAVE: Brincadeiras tradicionais. Educação infantil.
Ludicidade. Pedagogia brasileira.
REFERÊNCIAS
KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org). Jogo, brinquedo,
brincadeira e a educação. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
LAURIA, Nair Spinelli. Quintal... Saudade ou Utopia?
Salvador: EDUNEB, 2013.
VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. 6. ed.
São Paulo: Martins Fontes, 1998.
3
- DOCUMENTA CAMPINAS: UMA EXPERIÊNCIA PESQUISA AÇÃO NA ÁREA DE GESTÃO ESCOLAR E
ATUAÇÃO COLETIVA PARA REGISTRAR A HISTÓRIA E PLANEJAR O FUTURO DE UMA
COMUNIDADE ESCOLAR.
Jomária Alessandra
Queiroz de Cerqueira Araujo
Universidade do Estado da Bahia
akeiroz@gmail.com
Everton Terra Nova
Universidade do Estado da Bahia
evertonnova@gmail.com
O presente trabalho relata a experiência de
idealização, planejamento e operacionalização de uma oficina de documentários
produzidos a partir de celulares, dentro de uma escola pública municipal de
Salvador/Bahia. Ele discute a importância da postura do gestor escolar frente
ao uso das novas tecnologias para ressignificar os conteúdos curriculares e
assim, identificar talentos, estimular o uso das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs), para fins que não se restringissem apenas ao uso das mídias
sociais e da telefonia, para mobilizar a comunidade escolar em torno de um
objetivo comum e para modernizar os recursos didáticos usados durante as aulas.
Este resumo descreve as impressões, os procedimentos metodológicos adotados
para a operacionalização da oficina (pesquisa-ação realizada em comunidades
educativas) e os resultados obtidos a partir de tal ação. Como resultados, a
oficina revelou grande potencial no uso dos recursos tecnológicos dentro da
escola, assim como, maior integração da comunidade escolar com a comunidade
local e grande interesse por parte dos alunos com relação à história e as
perspectivas de futuro de sua comunidade. Os docentes da escola também puderam
agregar os dispositivos móveis no planejamento de aulas e de avaliações
escolares, o que ajudou a projetar nas mídias sociais um maior número de ações
e produções desenvolvidas pelo corpo discente e docente da escola Municipal
Campinas de Pirajá, Salvador, Bahia.
PALAVRAS-CHAVES: Gestão; TICs; Participação;
Documentário.
4 - ITANS INSTRUMENTO EDUCATIVO NO PROCESSO DE AFIRMAÇÃO, DE
IDENTIDADE AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO DO CAMPO.
Luciano de Oliveira Costa
A preocupação por uma ética na
educação do campo que implante ações políticas pedagógicas legitimadores através
da utilização dos itans (contos e causos) africanos e lendas indígenas de uma
identidade cultural, sobretudo nos modos de sociabilidades construídos pela
diversidade e por ações de empoderamento. Os valores por meio das linguagens
dos contínuos civilizatórios africanos e indígenas – a memória ancestral, faz
do viver comunitário um espaço rico no campo do saber e na produção do
conhecimento por meio da oralidade e da transmissão de uma educação
multicultural. Assim, esta proposta indica a necessidade de implantar ações
pedagógicas no âmbito escolar, que compreendem: a geração e o desenvolvimento
de um significado essencial no ato de ensinar e aprender como ponto de partida
para uma aprendizagem construída numa estrutura de gestão educacional
integradora e inclusiva. A pluralidade cultural e a educação do campo nos
tempos contemporâneos têm que ser vista partindo do foco da compreensão do que
vem ser a ARKHÉ, partícula integrante e viva do ser humano, pois é ela que liga
a cada momento a ancestralidade e a história, reforçando os elementos que
compõem o universo pluricultural e educacional; com isso nega o habitus da
cultura oficial eurocêntrica e fortalece sua própria cultura, seus costumes e
tradições, ferramentas essenciais para a Educação do/no Campo que propõe
dialogar com o tempo, com a memória ancestral, com a natureza e com a cultura
local. A arkhé da educação tem que está alicerçada nos
pilares pluriculturais dos quais fazem parte da vida do povo, desde: noção da
Agroecologia, do respeito aos mais velhos e na formação do sujeito como
elemento principal na preservação do campo. Tudo isto deve ser levado para
dentro da sala de aula e da Unidade Escolar, valorizando o cotidiano de cada
indivíduo considerando seus conhecimentos prévios e todo o conteúdo adquirido
no âmbito familiar, cultural e social. Assim, será possível a atuação da
alteridade, compreendida como “(...) o direito de ser outro, de ser diferente,
de assumir sem recalque a sua identidade cultural e de afirmar seus ethos no
contexto escolar.” (luz,1989:57), possibilitando uma relação harmoniosa e
humana entre as pessoas buscando realmente o que se pode denominar como
essencial a uma estética perfeita para a celebração da criação, pois o ser
humano é formado por: matéria, espírito e sua relação com o meio. A educação
desempenha um papel essencial nesta tríade.
Palavras chave: identidade, educação do campo,
processo educativo, gestão da educação.
5 -
SARAMANDAIA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O PAPEL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS URBANOS NA
LUTA PELO DIREITO À EDUCAÇÃO BÁSICA NOS ANOS DE 1970 E TRÊS DÉCADAS DEPOIS
Rosangela
Costa Soares
O tema
“Movimentos Sociais Urbanos” emerge dos movimentos organizados no sentido das
proposições ou solicitações de respostas às grandes desigualdades sociais.
Assim, a educação desempenha um importante papel, não apenas por ser ela
própria um fator dessas desigualdades, mas, sobretudo, por contribuir na
construção dos sujeitos. Neste horizonte, o presente estudo, vinculado ao Grupo
de Pesquisa Gestão, Educação e Direitos Humanos (GEDH) - Universidade do Estado
da Bahia, apresenta os primeiros resultados da pesquisa em andamento sobre o
processo histórico das lutas populares pelo Direito Humano à Educação Básica,
empreendidas pelos moradores “invasores” da Comunidade de Saramandaia, bairro
periférico de Salvador-BA, entre os anos de 1970 a 2015. Para tanto, realiza
uma análise conjuntural que parte do contexto econômico, político e social do
referido município. Adota como procedimentos a pesquisa bibliográfica,
documental e entrevistas semiestruturadas com missionários católicos das
Comunidades Eclesiais de Base, primeiros a construir escolas no bairro na
década de 1970, as líderanças comunitárias que buscaram junto ao poder público
a construção da primeira escola pública na localidade e os gestores
escolares. Conclui que a implantação de escolas públicas, na região pesquisada,
foi produto da organização da população, que a partir de sua organização,
consiguiu formular estratégias de reividicações junto ao poder público, mesmo
em situação desigual que estavam e estão submetidos. Essas lutas representaram
a construção de escolas públicas na década de 1980 e atualmente representam a
ampliação de vagas para os anos iniciais e implantação de turmas para os anos
finais do ensino fundamental, além das condições mínimas para permanecer na
escola conquistada.
PALAVRAS-CHAVE: Movimentos
Sociais Urbanos. Direito Humano à Educação Básica. Políticas Públicas.
REFERÊNCIAS:
SANTOS, M. Pobreza urbana.São
Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013.
FREIRE. P. Pedagogia do
oprimido.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.
ROCHA, J. C. Teoria do estado
democrático: os novos caminhos de participação popular em debate. Salvador:
EDUNEB, 2009
EIXO 3 - METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS EM
REDES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
1 -
DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: CUMPRIMENTO EM LAURO DE FREITAS
Ana
Maria Maciel Bittencourt Passos
Claudio
Moreira da Silva
Antônio
Carlos Oliveira Filho
O
presente trabalho tem como escopo analisar se os Direitos Fundamentais da
Criança e do Adolescente tem sido cumpridos pela trinômia: Estado, família e
sociedade que devem andar juntos para celebrar a dignidade do menor, a fim de
evitar desvios que contribuam para a marginalização e/ou permanência na
marginalidade a cometer atos infratores, tendo como amostragem a população do
bairro da Lagoa dos Patos e Centro do município de Lauro de Freitas-Bahia, uma
vez que os dados oficiais não especificam dados por bairro, sendo assim
apresentam informações imprecisas, as implicações das políticas públicas
implantadas pelas três esferas da Gestão Pública e as ações das entidades civis
no referido município, norteados pela lei 8.069/1990 que instituiu o E.C.A.
(Estatuto da Criança e do Adolescente), advindo da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, da Constituição Federal da República do Brasil de 1988, da Convenção
sobre os Direitos da Criança entre outros tratados em que o Brasil é
signatário. O estatuto mencionado é o dispositivo nacional de defesa dos
Direitos das Crianças e dos Adolescentes que priorizou uma nova concepção
infanto-juvenil. Segundo este normativo, só há dignidade à criança e ao
adolescente, quando todos os seus direitos fundamentais tiverem sido
respeitados. Este Estatuto foi atualizado pela Lei 12.796/13, configurando se
como conjunto de normas jurídicas, que regulamenta os direitos dos
supracitados, o analisamos, além de acompanhar a atuação de entidades civis na
promoção desses direitos no referido local, sendo essas: Aldeias Infantil SOS,
Associação Projeto Crescer e o Projeto Meninos do Batuque.
PALAVRAS-CHAVES: Dignidade, Criança e
Adolescente, Direitos.
REFERÊNCIAS
BOAVENTURA, Edivaldo M. Metodologia de
pesquisa: monografia, dissertação, tese. São Paulo: Atlas, 2004.
PAULA, Paulo Afonso Garrido de. Direito
da Criança e do Adolescente e Tutela Jurisdicional Diferenciada. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2002.
GODOY, Arilda Schmidt. Introdução à
pesquisa qualitativa suas possibilidades. RAE – Revista de Administração de
Empresas, São Paulo, 1995.
2 -
MANEJO E ENCAMINHAMENTO DE IDOSOS COM SUSPEITA DE AVC: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM
PESQUISA AÇÃO
Isaias
Pimentel dos Santos
No Brasil, o número de mortes por doenças
cerebrovasculares ainda é alto, principalmente entre os idosos, destacando-se o
AVC como a terceira maior causa de morte no mundo nessa faixa etária
(CAVALCANTE et al., 2010). Assim, o treinamento dos profissionais para tornar o
manejo e o encaminhamento rápido e eficiente é importante, reduzindo os riscos
de sequelas graves. Nesse sentido, a pesquisa ação possibilita a identificação
de problema específico em determinada situação, procurando meios de
solucioná-los através da participação ativa dos envolvidos. (ENGEL, 2000).
Neste relato, objetiva-se descrever a experiência de acadêmicos de graduação em
fisioterapia e enfermagem, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) na coleta de
dados de uma pesquisa-ação intitulada: “Manejo e encaminhamento da pessoa idosa
com suspeita de AVC na Unidade de Emergência”. Esta pesquisa-ação ocorreu com
enfermeiros e técnicos de enfermagem que atendem na unidade de emergência e de
AVC de um hospital geral de referência em Salvador. As oficinas foram
realizadas no próprio hospital entre maio e agosto de 2016, coordenadas por uma
mestranda, tendo a participação de bolsistas e voluntários do Núcleo.
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